Son presentados recortes discursivos que muestran la presencia de una ideología de bien hablar y su efecto silenciador y tensionante; un funcionamiento discursivo en que se anticipa el tartamudear lo que evidencia la presencia de una imagen estigmatizada de hablante y su efecto tensionante en el habla. Estos hallados son importantes para pensar sobre la prevención de la tartamudez.
Los recortes revelan la ideología de bien hablar que se muestra como negación de la forma de hablar del sujeto. En todos los recortes tenemos siempre la figura de un otro que interpreta el hablante como tartamudo: le solicita que hable bien, que hable de manera correcta, que no tartamudée. Esa condición de producción discursiva, como tambiém muestran los fragmentos, tiene efecto silenciador. Aqui vemos todavía, en el último fragmento de S2, que el discurso del otro lleva el hablante a dislocar su tartamudeo para fuera de la esfera de su habla y la localizarla en su cuerpo: (…) lo hemos pegado en las espaldas, (…) habla bien! Y nosotros le hemos pegado.
Fragmentos discursivos 2
S1- …eu tenho que ver primeiro o que vou falar pra depois… senão eu acabo me atrapalhando todo, aí eu acabo gaguejando.
Eu vou pensar para depois eu falar, mas tem que pensar antes.
É ansiedade eu acho, as vezes assim…a ansiedade de falar rápido. Às vezes nem bem pensou o que vai falar, já está gaguejando.
S2- …de vez em cuando eu ficava em dúvida né, não sei o que é, eu acho que esa palavra, esa palavra não vai sair, né so que aos poucos, né, eu vou tentando também, eliminar essa dúvida, né, aí eu penso comigo mesmo, eu tenho a palavra, eu vou conseguir falar isso.
S3- …mas não é tipo eu vou estar calmo, assim, eu estou contando uma história para os meus colegas, assim, você pá, sabe, eu tipo presto atenção primeiro, eu demoro para falar.
S4- Se eu estou num lugar que eu não conheço, que eu não conheço ninguém, daí eu sei quando eu vou falar, quando não vou.
Estes recortes revelan el efecto de la ideología de bien hablar que se materializó en interpretación de habla tartamuda, vista en los primeros fragmentos : los sujetos muestran lengua y habla en desequilibrio, estan preocupados con su forma de hablar (la lengua), estan aprisionados a la forma y viven la ilusion poder controlarla. Ponen así su habla en una situación paradójica que solo reitera la tartamudez.
Fragmentos discursivos 3
S1- Até meus amigos falam assim, nossa, você estava gago, agora você está falando ai. Eu falei: não ainda… me deixa que eu ainda estou péssimo.
Eu não posso falar assim como uma pessoa normal, porque assim da minha fala eu sei que não sou normal.
Vergonha de errar e a gagueira acaba pegando você e você disfarça corrigindo, mas você não queria gaguejar.
S3- Também se eu estou conversando lá com meus colegas eles sabem, aí eu não…, se eu falar muito eu vou…
S4- Não consigo falar, aí eu falo que eu tenho um problema, tal.
…porque eles sabem que precisa ter calma para falar comigo.
En estes fragmentos la imagen estigmatizada de hablante se muestra. S1, revela sentimientos negativos relacionados al tartamudear. S1, S3 y S4 se ven interpretados como sujetos para siempre tartamudos, y eso se vuelve mas claro cuando S1 niega la posibilidad de estar hablando bien, apuntada por sus amigos. Los sujetos se ven desde una relación de arriba para abajo, en que ellos parecen siempre estar abajo y el otro en el lugar de hablante ideal. Parece que no hay reversibilidad, los sujetos solo pueden permanecer en un lugar estagnado, produciendo habla con una forma indeseable.
Fragmentos discursivos 4
S1- …você tem medo de falar e errar e o outro corrigir você e aí…, acaba ficando quieto.
Aí você já pega nem… não fala de novo. Não deixa, não vou falar não.
S2- Geralmente eu evito até, né, quer dizer, eu não faço muito, né, uns trabalhos, né, seminário, essas coisas assim. Não vou participar de peças… por causa disso mesmo, né, de problema, né, o receio.
Tem hora que eu consigo falar perfeitamente do jeito que eu estou falando agora.
…no serviço mesmo, né, eu atendo alguma ligação, né, e falo perfeitamente, né, mas só que tem hora que eu atendo ao telefone e empaca, né, eu gaguejo… e aí eu tento falar bem, mas só que aí de repente, né não sei explicar…
S3- …essas coisas eu fico quieto, mas eu falo de vez em quando.
S4- Quando eu estou com alguém, sabe, que eu não falo, eles pegam e…, faz quando eu vou pedir alguma coisa, sabe que eu não vou pedir.
E tem hora que eu não consigo falar. Quando eu vou comprar alguma coisa, não sai a voz.
Tem hora que eu paro e falo: não consigo falar.